Batista Renovada de Buritama/SP

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Estudos Bíblicos


Suicidio
O que leva uma pessoa a consumá-lo?


É difícil explicar por que pessoas poderosas, famosas e ricas desistem de viver. Segundo um grande sociólogo, o suicídio é definido: “Toda morte que resulta imediatamente de um ato, positivo ou negativo, efetuado pela própria vítima, é a conseqüência de uma ação em que agente e paciente são a mesma pessoa”.
Estudos efetuados em vários países permitem supor que, a cada ano, cerca de vinte milhões de pessoas em todo o mundo tentam de alguma forma pôr fim à própria vida. Um bom número deste sobrevive, porém ficam desesperados por não conseguirem tirar as suas próprias vidas.
Não estão nas estatísticas do suicídio mundial, as classes mais pobres e sim da classe média e alta. O exemplo disso é quando vemos pelas informações – O pais que mais comete suicídio é a Suíça. O que levam os suíços, tão prósperos e de primeiro mundo europeu, a praticar um percentual de 30% do suicídio mundial?
O Brasil vem apresentando elevado índice de suicídio nos últimos anos. E a maior parte desses suicidas estava na faixa de 12 aos 21 anos. E os meios de suicídios mais comuns usados pelos brasileiros são: o enforcamento, o estrangulamento, a sufocação, a precipitação de lugar elevado, as armas de fogo, os explosivos, o envenenamento por sólidos, líquidos e o afogamento. Não há maior crime contra Deus do que o suicídio!.

PERGUNTA: Quais são as causas do suicídio?

a) – Na sua maioria das vítimas é que estavam desanimadas, pessimistas e decepcionadas com a vida miserável que levavam. A vida é um grande vazio, e a atitude pessimista em relação a ela chegou mesmo a caracterizar de “transviada” a nossa juventude. A fim de contra-atacar as enormes ondas de pessimismo que assolam o mundo moderno, necessitamos de boas doses de otimismo, pois se o pessimista senta-se, lastima e deprecia a vida, o otimista levanta-se, age e valoriza a vida.

b) – Parece cada vez mais evidente que desequilibradas crenças religiosas exercem tremendo poder na mente das pessoas, levando-as mesmo ao extremo suicídio, tudo por uma convicção absurda e sem nenhum fundamento. Entre as crenças religiosas, as de origem oriental estão entre as mais perigosas pelo fato de valorizarem o espírito em detrimento do corpo. O corpo, para muitas religiões não tem valor algum e sim apenas o espírito, por isso são levados a essa loucura.

c) – Das muitas outras causas do suicídio destacam-se os lares desfeitos, a sugestão negativa dos filmes nos cinemas e televisão. A música rock tem sido outro fato decisivo no aumento do índice de suicídios entre os jovens. A música de PINK FLOYD, cuja letra diz: “Adeus mundo cruel, estou abandonando hoje, adeus, adeus, adeus, adeus a todos vocês; não há nada que possa fazer para fazer-me mudar de parecer; adeus, adeus, adeus...” Essa música induz ao suicídio!

Em se tratando das influências espirituais negativas, a Bíblia fala de um homem aflito que foi até Jesus pedir misericórdia para o seu filho que se lançava no fogo e na água para matá-lo. Jesus repreendeu o espírito maligno que estava naquele jovem. Então o suicídio é proveniente de uma ação diabólica na mente da pessoa. A Bíblia também menciona que Judas Iscariotes, ao deixar o Cenáculo para trair o seu Mestre, entrou nele Satanás. E todos sabem que o fim dele foi o suicídio.
O que mais ouço nas Clínicas de Aconselhamento que faço, são frases como: “Já perdi o gosto pela vida, para mim, morrer seria um alívio” – “Não vou suportar esta vida chata por muito mais tempo” – “A qualquer hora ponho um ponto final nesta vida miserável”.

APELO! Se houver alguém afirmando estas palavras, procure ajuda!

Não fique em solidão e deprimido, isto pode ser fatal. Procure alguém para desabafar o seu sofrimento. Vá a uma clínica de saúde mental; Consulte um bom psicólogo ou um conselheiro, de preferência com capacidade espiritual. Se estiver em depressão profunda, procure uma ajuda terapêutica. Têm muitas hoje em dia.
Mas a solução infalível para esse problema está em Jesus Cristo. Ele disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”. – Mt. 11:28-29. Só Jesus pode livrar você deste poder maligno de suicídio. Não tire a sua vida! Procure ajuda! Conte conosco! Conte com a Igreja de Cristo! Conte com Cristo! Deus te abençoe e viva a vida!

Pr. Messias Pereira



Chamados e escolhidos
Nunca se falou tanto sobre vitória. Neste artigo, analisaremos as Escrituras com o fim de descobrir se o conceito bíblico de vitória é o mesmo que tem sido divulgado.

Nosso versículo de referência é 1 Crônicas 29.11:
“Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.” (Revista e Atualizada).

Em hebraico, a palavra “vitória” é “netsach”, que pode significar “objetivo” ou “esplendor”. A princípio, não vemos nenhuma relação entre um objetivo e algo que brilha. Todavia, a palavra “alvo” possui ambas as ideias, pois vem do latim “album”, que significa “clareza”, “brancura”. Todo alvo, para ser atingido, deve ser claro e aparente. É muito difícil acertar um alvo no escuro. Todavia, em um local iluminado, o alvo é facilmente atingido. Temos, aqui, uma primeira reflexão: Se a vitória é o objetivo do cristão, é preciso ter, de forma clara, qual é o alvo. Para isso, precisa-se da luz para revelar onde está o alvo.

Para alcançar a vitória, portanto, é necessário descobrir onde está o alvo, através da luz que o ilumina. A luz é a Palavra de Deus, como está escrito: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos.” (Salmo 119.105). Qualquer promessa de vitória que não está calcada na Palavra de Deus trará uma falsa vitória.

Não é possível encontrar o verdadeiro alvo e a verdadeira vitória sem a orientação da Palavra de Deus. Paulo nos ensinou sobre o alvo do cristão: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3.14.) O termo grego para vocação é “klesis”, que significa “chamado”. Nosso chamado, que é o nosso alvo e a nossa vitória, é o seguinte: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Marcos 16.15). Somente quem prega o verdadeiro evangelho terá a verdadeira vitória.

Hoje em dia, porém, tem sido pregado um evangelho muito diferente daquele que Jesus pregava. O evangelho é a mensagem da salvação, como está escrito: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” (Romanos 1.16). Ou seja, nossa vitória é a salvação de nossa alma, é a vida eterna. E aquele que é salvo de verdade, trabalha para a salvação dos outros. Este obterá a verdadeira vitória.

Cristo disse o seguinte sobre a vida eterna: “a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6.40). Quem vê o filho, descobre que ele é o alvo e crê nele, e vai em direção a ele, se lança sobre ele, como está escrito: “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” (Mateus 21.44.) O néscio recusa a Cristo, e no final dos tempos Jesus cairá sobre ele como uma rocha e o esmagará. O homem prudente, porém, ao ver o alvo, que é Cristo, se lança sobre ele e é quebrado em pedaços, quebrantado, como o vaso na casa do oleiro (Jeremias 18.2), para ser feito novamente. Este é o novo nascimento, que embora doloroso, é fundamental para que alguém alcance a verdadeira vitória, que é a vida eterna.

Na verdade, quando o texto fala que o homem que cair sobre a pedra, que é Jesus, ficará “em pedaços”, a expressão grega é “sunthlasthêsetai”, cujo equivalente hebraico é “shabar”, que pode significar também “nascer”. Ou seja, quem cair sobre Jesus e for quebrado passará pelo novo nascimento, condição fundamental para alcançar a vitória, isto é, entrar no Reino de Deus, como Jesus disse a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.” (João 3.5.)

Hoje, buscam-se vitórias em conquistas materiais e em prestígio social. Cristo, porém, nos ensinou: “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.” (Lucas 10.20.)

Em hebraico, portanto, a vitória está ligada a manter-se no objetivo, seguindo o alvo. A palavra grega para alvo é “skopos”, que assim como o equivalente hebraico “mattarah”, pode significar “prisão” ou “olhar”, porque tanto o alvo como a prisão devem ser vigiados de modo constante e cuidadoso. Quem não vigia, perde o alvo, perde a vitória, e o inimigo que estava preso foge e inicia uma revolta. Assim aconteceu com Acabe, que deixou seu prisioneiro fugir e perdeu a vitória que poderia ter alcançado (1 Reis 20.42). Muitos cristãos, infelizmente, estão se enganando, crendo que a vitória guardada para eles reside em benefícios materiais, riqueza e poder. Peço a Deus, em Nome de Jesus, que eles possam escutar o verdadeiro evangelho a tempo, o Evangelho do Reino, e não da prosperidade.

O curioso é que a palavra hebraica para vitória, “natsach”, também pode significar “mestre do canto” (Habacuque 3.19), pois “netsach” significa “eminente” ou “aquele que brilha”. O mestre de canto era uma pessoa eminente na sociedade, e sua função era trazer a eternidade para a vida dos homens, pois, em hebraico, “natsach” também pode significar “aquele que torna as coisas permanentes”. Ou seja, a função do mestre de canto é exaltar a Palavra de Deus, abrindo, assim, um caminho para a eternidade.

A palavra “natsach” é formada por uma raiz de três letras: nun, tsadi e chet. No alfabeto proto-semítico (que originou o alfabeto hebraico), a letra nun tem o desenho de uma semente, e significa “frutificação”. A letra tsadi tem o desenho de um homem deitado de lado, e significa “lateral”, “espreita”. A letra chet tem o desenho de um muro, e representa “o lado de fora”. A união das três letras tem o significado de “aquilo que brota para fora”, ou “aquilo que se expande para fora e continua”. Esta é a característica do mestre de canto, e de todo cristão vitorioso: dele sai uma fonte de água que jorra para vida eterna (João 4.14), pois dele brota a Palavra de Deus para a salvação de muitos. Isso fará com que ele permaneça para sempre.

Somente o cristão que prega o verdadeiro Evangelho, aquele mesmo que Jesus pregava, conhecerá a verdadeira vitória, que é o alvo da soberana vocação que há em Cristo Jesus!

Daniel Lago
Jornalista formado pela UFRJ, doutor em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professor de Filosofia da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo estudado hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo – RJ




SUICÍDIO



O que levam tantas pessoas a consumá-lo?
“Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” (Mateus 22.14.)


O versículo acima anuncia uma verdade espiritual muito séria: nem sempre aqueles que conhecem a Cristo serão aprovados por ele. Desvendando o original grego e hebraico, buscaremos meditar sobre o que é ser chamado e o que significa ser escolhido.
Em grego, o termo para “chamados” é “kletos”, que está relacionado a “kello”, que significa “dar uma ordem”. Assim, percebemos que neste primeiro momento de encontro com Cristo, recebemos dele uma ordem. Todavia, muitos não dão ouvidos a tais ordenanças, e por isso são apenas chamados, mas nunca escolhidos. Em Lucas 6.46 Jesus faz a seguinte pergunta: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando”. Isso é o que acontece com aquele que escuta o chamado, mas não obedece, e assim não é escolhido.
Na tradução hebraica do Novo Testamento, o termo usado para “chamados” é “qara”, palavra que possui uma gama de derivações, cada uma trazendo uma verdade espiritual surpreendente. Uma dessas derivações é “qar”, que significa “frio”. Uma característica fundamental da presença de Deus é o fogo, que traz consigo o calor. O próprio João Batista anunciou que ele batizava com água, mas Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3.11). O Antigo Testamento possui inúmeras passagens que também associam a presença de Deus com o fogo. Quando Abraão fez um pacto com Deus, o Senhor se manifestou através de uma chama de fogo (Gênesis 15.17). Assim também Moisés teve um encontro com Deus na sarça através do fogo (Êxodo 3.2). No deserto, saindo do Egito, o povo foi acompanhado por uma coluna de fogo (Êxodo 13.21). Assim concluímos que aquele que é chamado por Jesus, mas não atende ao chamado, permanece frio, pois não é aquecido pela presença de Deus, e acaba morrendo espiritualmente. E não se purifica, pois em grego, a palavra para fogo é “puros”, que origina o termo “purificar” (que significa literalmente “passar pelo fogo”).

Outro termo derivado de “qara” é “qeriy”, que significa “oposição”. O curioso é que esta palavra aparece apenas no livro de Levítico, e sempre como uma condenação para aqueles que iniciaram uma caminhada com o Senhor, mas não deram continuidade. Em Levítico 26.21, por exemplo, lemos: “Se andardes contrariamente (“qeriy”) para comigo e não me quiserdes ouvir, trarei sobre vós pragas sete vezes mais, segundo os vossos pecados” (Levítico 26.21). Assim, vemos que aqueles que são chamados (“qara”), mas não atendem ao chamado, acabam sofrendo oposição (“qeriy”) do próprio Deus, pois se opuseram a Ele. Infelizmente, a igreja acaba sofrendo com pessoas que escutaram a voz, o chamado de Cristo, mas por não terem obedecido às coordenadas do mestre, acabam por tonar-se adversários da causa do Evangelho, como ocorreu com Judas Iscariotes. Na verdade, Iscariotes significa “homem de Queriote”. Em hebraico, “qeriyoth” significa “cidades”, plural de “qiryah” (“cidade”), termo relacionado com “qara”. Assim, o nome Iscariotes poderia significar “’ish qeriyoth”, ou seja, “homem das cidades”. Porém, se relacionarmos “qeriyoth” a “qeriy”, poderemos traduzir o nome Iscariotes como “homem da oposição”. Assim é todo aquele que escuta o chamado, mas não dá ouvidos a ele.

Uma curiosidade é que a palavra hebraica geralmente usada para cidade é “’iyr”, e não “qiryah”. O termo “qiryah” é usado para se referir, por exemplo, à cidade de Quiriate-Arba, também conhecida como Hebrom (Gênesis 23.2), local que era governado pelo gigante Arba, que foi pai de Anaque (Josué 15.13) e antepassado dos gigantes Aimã, Sesai e Talmai (Números 13.22 e Juízes 1.10). Pode ser que o nome Iscariotes faça referência a Quiriate-Arba, cidade que abrigava os maiores opositores ao povo de Deus: os gigantes. Na verdade, o nome “Hebrom”, que em hebraico é “chebron”, vem de “cheber” que significa “encantamento”. O termo “chaber” aparece, por exemplo, em Deuteronômio 18.11 quando se fala sobre “encantador” e em Isaías 47.12, na palavra “encantamento”. Assim vemos que Hebrom, além de cidade de gigantes, era também local de intensa prática de feitiçaria.


Voltando a Mateus 22.14, a palavra “escolhidos” é, por sua vez, em grego, “ekletktos”, que significa “destacados”. O termo equivalente em hebraico é “bachar”, que significa “testar”. Isso porque somente quem passa por uma prova pode ser selecionado. Assim vemos que primeiro há o chamado, depois o teste, e então a escolha. Muitos fogem do teste, outros são nele reprovados. Todavia, o Senhor sempre concede uma nova chance, assim como fez com Abraão, que mentiu sobre sua esposa e que engravidou a criada tentando agradar a Deus. Jacó também passou por diversos testes. Sua prova definitiva foi a batalha no vau de Jaboque. Ali ele reconheceu sua fraqueza, ao tornar-se manco, e reconheceu que Deus era seu mestre. Naquele momento, Jacó foi escolhido.
Outro termo derivado de “bachar” é “bachan”, que significa “sentinela”. Ou seja, o escolhido é aquele que vigia, que está sempre alerta, constantemente guardado os portões para que o inimigo não lhe imponha nenhum dano. Esta é a posição do escolhido: ele foi chamado para a obra maravilhosa, mas primeiro deve passar por um teste. Se ele confiar em Deus e dedicar ao Senhor sua vitória, vencerá a prova e se tornará um escolhido, um sentinela, um atirador de elite do Reino de Deus, recebendo ordens diretas do Senhor dos Exércitos.

Desejo aos leitores um 2011 de aprovação, de atendimento ao chamado da soberana vocação que há em Cristo Jesus! (Filipenses 3.14).

Daniel Lago
Jornalista, doutor em Linguística e professor de Filosofia da Educação da UFRJ. Estudou hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo–RJ.
daniel4310@terra.com.br / imersaoeintimidade@yahoo.com.br


Joio e o Trigo

É de conhecimento comum que o joio é uma forma falsa de trigo, assim como Jesus nos ensina no versículo abaixo:

“Deixai-os crescer juntos até a colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro.” (Mateus 13.30 – João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada).

Todavia, ao analisarmos as palavras “joio” e “trigo” no original grego e hebraico temos novas perspectivas sobre o significado espiritual de tais elementos.
O termo grego para joio é “zizanion”, que pode significar “erva daninha” ou “joio”. O joio é a erva daninha do trigo, que fica escondida em meio às plantas verdadeiras. O interessante é que as ervas daninhas geralmente possuem as seguintes características: crescem rápido, possuem excelente capacidade de adaptação, têm vida longa e produção contínua. É um cenário terrível se estamos falando sobre falsos cristãos infiltrados na igreja. Somente o poder de Deus e o sangue de Cristo podem frear tal praga.
O termo em hebraico para joio é “bo’shah” (Jó 31.40), cujo significado é “erva malcheirosa”, pois em hebraico o termo “ba’ash” significa “mau odor”. Tal condição nos revela que somente através do odor poderemos diferenciar o joio do trigo. Mas esse odor não está em evidência, ele somente é discernido espiritualmente. Isso porque a palavra hebraica para odor é “reyach”, que vem de “ruach”, que significa “vento” ou “espírito”. Assim, somente através de um dos dons do Espírito Santo - o de discernimento de espíritos (1 Coríntios 12.10) - é possível diferenciar o joio do trigo, ou o falso crente do verdadeiro crente. O homem natural (1 Coríntios 2.14) não pode discernir o joio do trigo. Somente o homem espiritual (1 Coríntios 2.15), através de Deus, tem este poder.

Outro termo hebraico relacionado a odor é “sam”, que pode signifcar “aroma” ou “doçura”. O curioso é que “sam” se relaciona a “shem”, cujo significado é “nome” ou “caráter”. Isso também nos indica que além do aroma, o joio também se distingue do trigo por uma diferença de caráter. Equanto o caráter do joio (bo’shah) o leva à vergonha (bosh), o caráter do trigo se relaciona ao arrependimento (“shub”, em hebraico, o inverso de “bosh”). O trigo é, como Abraão, um peregrino (toshab) que segue as coordenadas e o clamor (teshuah) do Senhor, que o libertou (teshuah) para que retorne (teshuvah) para sua casa.

Além disso, o joio (bo’shah) é seco (yabesh), sem a água da palavra (Efésios 5.26) e sem vida. Da sua boca fluem águas amargas (Números 5.21) que destroem sonhos e geram aborto (2 Reis 2.19).
Por outro lado, a palavra grega para trigo é “sitos”, que significa “grão”, “trigo” ou “milho”. Já em hebraico a palavra para trigo é “chittah”. Curiosamente, este termo está diretamente relacionado a “chanat”, que significa “tempero”, “maduro” ou “embalsamar” (Gênesis 50.2). Conforme os grãos e os frutos tornam-se maduros, sua fragrância se fortalece. Assim, o verdadeiro cristão, que é representado pelo trigo, deve ser maduro. Paulo nos ensina que o objetivo do cristão é atingir a “plenitude da estatura de Cristo” (Efésios 4.13), isto é, tornar-se de tão modo maduro e íntimo de Deus, compromissado com a causa do Evangelho de tal maneira, que esteja disposto a dar a vida por Jesus, dizendo “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.20). O trigo, que é o verdadeiro cristão, tem maturidade para saber ser humilde a ponto de concluir que é incapaz de reconhecer, por conta própria, o que é o bem e o mal. Tem maturidade para confiar em Deus acima de todas as coisas, acreditando que o Senhor está no controle e que é fiel e justo. O imaturo, por sua vaidade, acaba abandonando a Deus na hora da angústia, assim como o fez Judas. Por sua imaturidade, por crer que ele era capaz de descobrir a vontade divina, Judas concluiu que Jesus não era o verdadeiro Messias, e assim, levado pela ganância, vendeu a Cristo por trinta moedas de prata, o preço de um escravo.

Além disso, como vimos, a palavra hebraica para trigo (chittah) também se relaciona com a ideia de “tempero” (chanat). Se não agimos como o sal da terra (Mateus 5.13) e a luz do mundo (Mateus 5.14), se de nosso interior não fluem águas doces (Tiago 3.12) como rios de águas vivas (João 7.38), se não exalamos o perfume de Cristo (2 Coríntios 2.15), somos, então, joio, e não trigo, e lobos em pele de cordeiro (Mateus 7.15), como sal que não tem gosto e que não serve para nada (Mateus 5.13). Quando Jesus estava na terra, ele era a luz do mundo (João 9.5). Quando partiu, os verdadeiros cristãos assumiram tal função (Mateus 5.14), devendo exalar o aroma suave de Cristo, assim como um trigo maduro e pronto para ser colhido.

Outro significado de “chanat” é “embalsamar”. Este termo é usado, por exemplo, em Gênesis 50.2 quando se diz que Jacó foi embalsamado. O embalsamento está diretamente relacionado à morte. É curioso pensarmos que Jesus nos promete vida, e uma vida em abundância (João 10.10), mas para alcançarmos tal vida, convém que morramos primeiro, pois o grão de trigo só pode frutificar após passar pela morte, como Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (João 12.24). Assim, o trigo está preparado para morrer para sua vida e para viver em favor da vontade de Deus, sendo maduro para negar-se a si mesmo e tomar a sua própria cruz (Mateus 16.24).

Maria, irmã de Lázaro, teve um grande discernimento espiritual quando derramou o caríssimo alabastro sobre a cabeça de Jesus (Mateus 26.7), pois ela o estava ungindo para seu iminente sepultamento (Mateus 26.12). Ou seja, ela estava embalsamando-o, pois Jesus já estava maduro, como um trigo pronto para ser colhido, preparado para a morte e a ressurreição. Assim também todo cristão deve carregar em sua cabeça esse mesmo alabastro, estando preparado para morrer por Cristo, pois somente assim poderá retornar à vida, pois está escrito: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16.25).
Cristo nos promete que se nos portarmos como trigos, isto é, como verdadeiros cristãos, a morte não poderá nos deter, pois Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.” (João 11.25-26).

Agora que você sabe o que é ser trigo, se quiser ser um verdadeiro cristão, abra mão de seus desejos e vontades e adeque sua vida aos parâmetros estabelecidos por Cristo, pois só ele pode dizer o que é bom, perfeito e agradável para sua vida (Romanos 12.2), pois somente ele é o “verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20).

Daniel Lago
Jornalista, mestre em Linguística e professor de Filosofia, tendo estudado hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo – RJ. daniel4310lago@yahoo.com.br/imersaoeintimidade@yahoo.com.br